E a Vida Continua

Palestras



Neste endereço abaixo temos uma Palestra sobre DOR de Jacob Mello. Bom Proveito!

http://www.4shared.com/audio/BYajSzkA/A_DOR-JACOB_DE_MELLO.html

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O que o Espírito Sente Quando Ainda está Ligado Fluidicamente ao Corpo

18º Encontro Espírita Sobre “O Livro dos Espíritos”

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
e pelo Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Palestrante: Deuza Nogueira
Rio de Janeiro
11/02/2002

Organizadores da palestra:

Moderador: “André Alcântara” (nick: Moderador_)
"Médium digitador": “Stone_ (nick: Deuza_Nogueira)

Oração Inicial:

<Moderador_> Querido Mestre Jesus, Amigos espirituais da casa de Léon Denis, espíritos protetores, nessa tarde de estudos, felizes que estamos por aprender mais sobre nossa querida Doutrina, que nosso Pai Maior nos concedeu, agradecemos por mais esta oportunidade, pedindo em nome dos amigos espirituais, em nome de nosso querido Mestre Jesus, sobretudo, em nome de Deus-Pai, que seja iniciado a sessão de estudos da tarde de hoje. Que assim seja, graças a Deus!

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Deuza_Nogueira> Que Deus nos abençoe e que possamos aproveitar este tema tão importante a fim de refletirmos sobre nossas vidas.
Quando falamos em percepção dos espíritos após a desencarnação, estando ainda fluidicamente ligados ao corpo físico, não podemos esquecer o quanto as impressões da vida material reagem sobre o espírito.
Se uso um anel durante certo tempo e em determinado dia deixo de usá-lo sentirei grande falta e perceberei "a marca do uso" em meus dedos. Se eu uso um agasalho durante algumas horas, ao retirá-lo, demorarei alguns minutos para me acostumar com a ausência do mesmo.
Imaginemos, então, o que sucede com a "marca do uso" deixada no espírito pela freqüência da utilização do corpo físico. Nós gostamos, usamos, nos acostumamos e nos confundimos tanto que chegamos a pensar que somos o corpo.
Logo, será muito natural que o desligamento automático funcione ainda em regime de exceção em nosso planeta. Nós, espíritos imortais, ligamo-nos ao corpo através de laços, fios magnéticos que funcionam como grandes centros de forças condutores das sensações de um ponto a outro.
Em nossa vida, pelo gosto de viver, pelo apego que cultivamos ao próprio envoltório material, estreitamos muito os citados laços, que só são afrouxados em situações em que a atividade orgânica é minimizada: sono físico, doenças, meditação, grandes emoções ou choques em que a atenção da criatura é desviada do próprio interesse de sobrevivência.
Assim, a desencarnação não significa um desligamento rápido do corpo nem dos aspectos relacionados ao mesmo. Na Natureza, o espírito de seqüência é lei. Logo, o desligamento vai se processando paulatinamente, exceção feita às mortes bruscas em que os laços fluídicos são como que arrancados, fato que causará sempre um grande desconforto ao espírito.
Nos casos, portanto, de desencarnação por processos naturais observamos que os laços são desatados à medida que o corpo vai morrendo, gerando o esfriamento das extremidades, o entorpecimento dos sentidos físicos, a falta de comando sobre o próprio corpo, o descontrole das funções vitais.
Neste momento, o espírito possui liberdade para optar: permanecer apegado, vivenciando todo o processo da desorganização do organismo ou relaxar diante do inevitável e observamos que, em alguns casos, o próprio espírito ajuda a desatar determinadas ligações fluídicas. (t)

Perguntas/Respostas:

<Moderador_> [01] <Marluce> É sempre muito conturbado o desligamento do espírito após a morte do corpo físico?
<Deuza_Nogueira> Não. O processo ainda não é tão simples, devido ao nosso estágio de compreensão. Contudo, à medida que vamos entendendo os processos da vida e os mecanismos da desencarnação, poderemos nos trabalhar para este momento, criando, desde agora, hábitos saudáveis de vida mental. (t)
<Moderador_> [02] <Stone_> O que seriam estes “hábitos saudáveis de vida mental”? Seriam os conceitos da "Saúde Holística"?
<Deuza_Nogueira> Sabe aquela antiga recomendação de Jesus: "Viver no mundo sem ser do mundo"?
É termos a consciência de que somos espíritos usufruindo algum tempo na vida física, com todos os bens que ela nos oferece, mas que a nossa natureza é a espiritual. E, por mais que amemos o próprio corpo, pessoas, coisas e situações, não poderemos "carregar" ou "sobrecarregar" nossa “economia” com estes elementos, porque, senão, ao invés do enriquecimento pela experiência, estaremos nos ligando a grilhões demasiadamente pesados, que nos impedirão o vôo rumo à nossa própria natureza.
Daí a necessidade de vivermos intensamente a vida, conscientes de que o mais importante não é a coisa em si, mas as marcas da experiência libertadora, prazerosa, agradecida que ficarão gravadas em nosso ser. Isto fará com que construamos uma mudança do ponto de vista em relação à vida material e suas conseqüências. (t)
<Moderador_> [03] <Cláudia> Por que o espírito, quando muito apegado às coisas materiais por toda a vida física, é de praxe que sinta a decomposição do corpo físico após a morte deste?
<Deuza_Nogueira> Jesus um dia falou que onde estivesse o nosso tesouro, ali estaria o nosso coração.
Ora, se temos como único referencial para o ato de existir a vida física, todos os nossos sentimentos, pensamentos, vontade e emoções estarão confinados neste tesouro, que, em momento algum, desejaremos abandoná-lo.
Assim, somos nós mesmos que QUEREMOS assistir a todos os fatos que envolvem nosso grande e único tesouro: o corpo físico. (t)
<Moderador_> [04] <|Noah|> Divaldo P. Franco diz que morrer e desencarnar são coisas completamente diferentes. Você concorda com isso?
<Deuza_Nogueira> No dizer de Divaldo, morrer indica a cessação da vida orgânica e desencarnar seria o desligamento de todas as circunstâncias da vida material, inclusive do próprio corpo.
No caso do suicida, observamos que o corpo já está morto, mas o espírito ainda experimenta todas as sensações que ocorrem com ele, como se ainda estivesse encarnado. (t)
<Moderador_> [05] <Stone_> O espírito pode ter sensações como uma "segunda morte", por sentir uma necessidade exacerbada de comer, beber, tomar banho, etc.?
<Deuza_Nogueira> Para quem entende a satisfação das necessidades da vida material como único meio de vida, a recordação destas necessidades serão atordoantes e, dependendo do merecimento e da situação mental do espírito, poderão ser sentidas como uma "segunda morte". (t)
<Moderador_> [06] <|Noah|> Os espíritos quando estão próximos ao desencarne sofrem algum aviso, ou alguma preparação anterior pela espiritualidade?
<Deuza_Nogueira> Depende do espírito. Poderemos ver duas questões:
A primeira está ligada ao preparo do espírito. É a chamada maturidade do senso moral a que se refere "O Evangelho Segundo o Espiritismo";
A segunda está ligada aos fatores merecimento e utilidade.
O espírito pode merecer, mas este conhecimento pode não ter nenhuma utilidade para a “economia” da alma. Por isso é que esta informação é sempre um tanto quanto vaga, imprecisa, para que o espírito não venha a tomar decisões precipitadas ou apavoradas, em virtude da sua desencarnação.
Afinal, uma coisa é certa: todos iremos desencarnar em algum momento. (t)
<Moderador_> [07] <Anderson> Como é o impacto que sente o espírito, quando desligado do corpo físico, através do sofrimento de seus entes queridos?
<Deuza_Nogueira> Nós vivemos em grupos, onde estabelecemos ou revivemos relações afetivas. Em pouco tempo, através do convívio, aprendemos a registrar e agir dentro do estímulo que o outro nos oferece. Imaginemos, então, o "banho" de sofrimento enviado por um ser querido!
É preciso ser bem superior para ajudá-lo através da certeza da imortalidade da vida sem envolver-se e sentir-se prejudicado, revoltado pelo afastamento temporário. (t)
<Moderador_> [08] <Adrianabcm> O simples fato da não aceitar que haja uma vida ativa após à morte pode dificultar o espírito a se desprender do corpo?
<Deuza_Nogueira> Sim. Se a criatura tem como único referencial a vida material, logicamente, ela não desejará se desprender daquilo que ela considera como seu único bem. Logo, ficará ligada ao corpo físico até a última "gota" de fluido vital e após este fato ainda permanecerá mentalmente ligada a ele. (t)
<Moderador_> [09] <Adrianabcm> Quanto tempo de espera deve se dar antes de cremar um corpo, sabendo-se que nem sempre o espírito se desprende imediatamente do corpo, sem necessariamente ser inferior?
<Deuza_Nogueira> Existe um dispositivo legal em que o corpo fica 48 horas até a cremação.
Observamos que esta lei foi inspirada pelos benfeitores espirituais, pois a grande realidade é que ainda não conseguimos detectar nosso grau de apego e ligação magnética com o corpo físico, daí a grande necessidade da oração, das palavras de estímulo ao espírito que está ingressando na vida espiritual. (t)
<Moderador_> [10] <|Noah|> Mas a cremação pode afetar o espírito de alguma maneira?
<Deuza_Nogueira> Se o espírito estiver muito ligado ao corpo físico vai doer e a sensação de dor, como já estudamos, é um registro arquivado no espírito. Não podemos desconsiderar, porém, a grandiosidade da misericórdia Divina, o trabalho abnegado de trabalhadores espirituais e do próprio guia do desencarnante, para que o processo seja o mais ameno possível. (t)
<Moderador_> [11] <Adrianabcm> Esse tempo é satisfatório na visão espírita?
<Deuza_Nogueira> Chico Xavier informa-nos que 72 horas seria o tempo ideal, mas 48 horas com oração, equilíbrio emocional e fé na vida futura, com certeza, promoverão a mobilização das grandes equipes socorristas responsáveis pelo processo de desencarnação para que tudo corra bem. (t)
<Moderador_> [12] <Moacyr> O livre arbítrio é absoluto?
<Deuza_Nogueira> O livre-arbítrio é um instrumento da perfeita lei de Deus. Logo, ele será relativo ao grau de desenvolvimento e aperfeiçoamento do espírito. Ninguém forneceria absoluta liberdade de escolha a um bebê recém-nascido, como não tolheríamos a liberdade do homem adulto de caráter nobre. Imaginemos Deus através da perfeição da sua Lei. (t)
<Moderador_> [13] <|Noah|> E no caso da doação de órgãos se passaria o mesmo como na cremação? Ou pelo fato da doação ser um ato de amor o espírito não passa pro privações?
<Deuza_Nogueira> No caso da doação de órgãos, por ser um ato de amor, temos a certeza que os espíritos ligados à doação de amor estarão durante todo o tempo amparando a família e o próprio doador. Há na literatura espírita (não me recordo exatamente a obra) o caso do jovem que foi o primeiro doador de um coração para o primeiro transplante.
É belíssima a atitude de socorro magnético e esclarecimento espiritual que o jovem recebe, liberando-o de toda a dor e desconforto que seriam normais nestes casos. (t)
<Moderador_> [14] <Moacyr> não haveria uma contradição em termos, com relação ao “livre-arbítrio”?
<Deuza_Nogueira> A Lei Divina existe para a felicidade do homem. Ela não tem um caráter punitivo. Assim, o homem totalmente livre cometeria desmandos que acarretariam grandes sofrimentos. A limitação do livre-arbítrio ao grau do desenvolvimento e entendimento do espírito é como se fosse uma "conspiração ao acerto".
Logo, o espírito terá o material exato para o seu progresso no momento certo, mas, mesmo assim, pode desviar, usar mal, jogar fora esta oportunidade. Nisto consiste seu livre-arbítrio. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Deuza_Nogueira> Que nós possamos entender a vida como um grande exercício de libertação que nos trará a felicidade e que entendamos a Doutrina Espírita como a grande cartilha com que Jesus presenteou os nossos corações. Muita paz! (t)


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Por que ir à casa Espírita?

João Batista Armani
A experiência nos demonstra que algumas pessoas comparecem ao Centro Espírita a procura de solução para tormentosos problemas pessoais, destacando-se, isoladamente ou em conjunto:
  • Enfermidades renitentes – Apesar de terem procurado inúmeros especialistas, realizados variados exames (onde nada é encontrado), tomado inúmeros medicamentos, mas os sintomas permanecem, são as “doenças fantasmas”.
  • Desentendimentos no lar – Com discussões constantes entre cônjuges, pais e filhos, irmãos, parente em geral; e por mais que se esforcem, a harmonia aí não se instala.
  • Tensão nervosa – Onde a pessoa já levanta nervosa e não sabe porque, irritação sem causa aparente.
  • Depressão – Com profundos sentimentos de baixa estima, desamor.
  • Dificuldades financeiras – Onde apesar de terem seus ganhos, o dinheiro parece sumir de suas mãos. Quando tudo parece que vai melhorar, aparecem gastos inesperados como: o carro que estraga, uma doença, um prejuízo nos negócios.
  • Frustrações profissionais – Desagrado com o trabalho que realizam; o local onde trabalham; os colegas a sua volta, ou se não tem trabalho também não conseguem emprego, embora as vagas existam, não são admitidos.
  • Insistentes idéias infelizes – Sentimentos de largar tudo para traz e ir embora sem rumo; abandonar a família; insatisfação geral com a vida; e em casos mais graves até idéias de suicídio.
  • Desenganos sentimentais – Constantes idéias de separações; e se está solitária incansável busca do parceiro ideal, que nunca aparece.
  • Etc...
Solução esta que já buscaram em outras crenças e até mesmo em consultórios médicos, sem contudo lograrem o êxito esperado, na sua ótica de visão.
Vêem então à Casa Espírita. Isto significa que o Centro Espírita é para muitos um hospital mágico, onde mentores espirituais podem realizar os mais variados prodígios em favor dos consulentes.
Semelhante situação é no mínimo extravagante, porquanto não se inspira nos postulados doutrinários. Não há nada, em Espiritismo, que sugira a idéia de que o intercâmbio com o plano espiritual é uma panacéia (remédio) infalível para os males humanos.
Apesar desses irmãos infelizes desconhecerem o objetivo maior da Casa Espírita, esta os recebe de portas abertas e coloca-lhes a seus serviços todos os recursos de que dispõe, amparando, consolando e instruindo. (Lembrando que nas reuniões públicas não se fecha a porta em momento algum. Mesmo que alguém chegue atrasado, venha à Casa Espírita, se nos minutos finais da palestra, a pessoa escutar uma palavra que lhe toque verdadeiramente o coração, já será um grande passo em seu benefício).
Muito mais que atender aos interesses da Terra, a Casa Espírita faz nossa iniciação nos ideais do Céu, mostrando-nos a estrutura e funcionamento das Leis Naturais, através da divulgação do espiritismo. Simultaneamente convoca-nos à sua observância como o único caminho para que nos libertemos de sentimentos inferiores como o egoísmo, a vaidade, o orgulho, geradores de todos os nossos infortúnios. Somente assim nos habilitaremos a viver felizes, contribuindo para a construção de um mundo melhor e uma sociedade mais feliz, com o empenho de nossa própria renovação.
O desconhecimento desses objetivos induz a alguns enganos lamentáveis, O principal deles relaciona-se com a famosa “consulta”, onde os freqüentadores querem conversar com os Espíritos, ouvir a promessa de decisiva intervenção ou receber a indicação de “poções” infalíveis em seu benefício.
Pensando dessa maneira, poucos se vinculam ao Centro Espírita, que tomado à conta de hospital, é compreensível que os “pacientes” tendam a afastar-se atendendo a dois motivos:
  • melhoraram e consideram desnecessário continuar o tratamento;
  • ou não melhoraram e resolvem procurar ajuda em outro lugar, e ainda saem dizendo: “Eles não resolveram o meu problema”.
Devemos evitar que a atividade do Centro gire em torno de receituários e aconselhamentos espirituais, que podem amenizar determinados problemas mas jamais os resolvem, porquanto atacam efeitos sem remontar às causas.
Se um alcoólatra procura o Centro porque está com uma crise hepática, pouco valerá cuidar apenas de seu fígado. E indispensável ajudá-lo a superar o vício.
Se alguém é envolvido por Espíritos que o atormentam com idéias e sentimentos infelizes, será ocioso afastá-los simplesmente. Eles sempre retornarão. A providência fundamental é ajudar o obsidiado a modificar seu padrão vibratório com a assimilação de conhecimento renovador. Então ele próprio se libertará em definitivo.
Certa feita uma senhora perguntou a Divaldo Pereira Franco, qual seria o método mais eficaz de se afastar os maus espíritos, ao que Divaldo respondeu com outra pergunta: “Porque afastá-los? Afaste-se você deles, mudando o seu padrão vibratório.”
No Centro Espírita idôneo, não há manifestações mediúnicas nas reuniões públicas, mas ainda hoje muita gente confunde Espiritismo com manifestação dos Espíritos.
Evidentemente, há ali os trabalhos práticos, em vários dias (é parte das atividades espíritas), mas privativamente, em pequenos grupos, dos quais participam companheiros que têm conhecimento do fenômeno mediúnico e da responsabilidade que envolve seu exercício. Muitos de nossos desajustes guardam sua origem no desconhecimento dos mecanismos que regem nossas relações com o mundo dos Espíritos.
Bem! Algumas perguntas nos assomam aos lábios:
Se a Casa Espírita não é um hospital do além, não nos receita remédios, não podemos falar com os espíritos ou nossos entes queridos, então por que ir à Casa Espírita?
Resgatemos então os seus reais objetivos.
Nas reuniões públicas são comentados “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”. O primeiro aborda o aspecto religioso da Doutrina Espírita.
“Ué! Espiritismo é religião?” Sim! Mas uma religião diferente, sem cerimônias, sem ritos, sem rezas (onde o coração não participe). Seu objetivo não é de formalizar uma atitude religiosa com o comparecimento ao templo ou a adoção de determinada postura física, mas de renovar nossas concepções a respeito da comunhão com Deus. Devemos ser espíritas para nós mesmos e não para mostrarmos aos outros.
Devemos procurar Deus no único lugar onde realmente o encontraremos - na intimidade de nosso coração. Com esse propósito Kardec comenta os ensinamentos de Jesus em sua essência - a moral evangélica - demonstrando ser indispensável que nos renovemos para o Bem.
A fim de que nos sintamos estimulados a esse esforço temos em “O Livro dos Espíritos”, síntese filosófica da Doutrina, a resposta racional e lógica para os “porquês” da Vida. Por que estamos na Terra, por que sofremos, por que experimentamos frustrações, por que há tanta violência no Mundo, por que a enfermidade grassa, e muito mais, convidando-nos a desenvolver a capacidade de reflexão, no empenho de conhecermos a nós mesmos e o que nos compete fazer.
As reuniões públicas do Centro Espírita devem ser tomadas à conta de uma iniciação espírita, onde participaremos de um banquete de luzes que enriquecem a existência.
Para tanto é preciso superar a concepção distorcida e irreal do centro-hospital, com pleno entendimento de que ele é, acima de tudo, uma abençoada escola.
Bem mas e se aparecer um desses irmãos equivocados? O que fazer? Devemos recebê-los de braços abertos, escutando-os, consolando e esclarecendo amorosamente, renovando-lhes o convite a buscarem uma casa espírita, fazendo-os ver que podem rumar para a cura da alma e também para cura do corpo.
É aí que entra a nossa participação. O Espiritismo nos convida a todos que participamos do Movimento Espírita, (Seareiros, palestrantes, diretores, ouvintes) a realizar este nobre trabalho em favor dos irmãos angustiados.
  • Antes de cogitar dos benefícios que o Centro Espírita pode nos oferecer, procuremos conhecer a Doutrina Espírita. Muita gente perde valiosas oportunidades de edificação por não atentar a essa necessidade.
  • Leia e estude as obras básicas e as complementares. O livro espírita é precioso repositório de bênçãos que deve estar sempre ao alcance de nossa mão.
  • Eleja os dias da semana em que comparecerá ao Centro Espírita, assumindo, perante si mesmo, compromissos de assiduidade e perseverança.
Irmãos reticentes e ainda não convencidos poderão perguntar:
- Eu não posso estudar e aprender em casa sozinho? Pode.
- Sem ir à Casa Espírita, eu não posso ajudar aos necessitados no meu bairro? Evidente que sim.
- Ou em hospitais, orfanatos, asilos?...Resposta positiva.

Então por que ir à casa Espírita?

  • A Casa Espírita idônea, é um ambiente mais propício para encontrarmos a paz, o reconforto, compreensão, esclarecimentos.
  • A Casa Espírita é o lugar onde espíritos iluminados, vem em missões de divulgação das Leis Naturais, bem como em atendimento aos sofredores dos dois planos da vida.
  • Na Casa Espírita é onde irmãos encarnados dedicados (inspirados pelos mentores), buscam em pesquisas, nos passar a interpretação correta da mensagem do Cristo através de palestras edificantes.
  • Na Casa Espírita, com a divulgação dos ensinos de Jesus, compreendemos aos poucos que seremos cada vez mais felizes quanto mais pautarmos a nossa caminhada de acordo com as Leis Naturais.
  • Na Casa Espírita, devido à reunião dos trabalhadores do Cristo, a atmosfera espiritual está repleta de luzes e energias salutares que reorganizam as nossas forças.
  • Na Casa Espírita, relembraremos os ideais cristãos, buscando sufocar as nossas imperfeições e elevarmos os nossos valores morais, gravados indeléveis em nossas consciências, por bondade do Criador.
O Espiritismo é uma doutrina libertadora e faz um bem enorme a quem se coloca sob sua orientação a serviço de Jesus.
Data: 10/03/2002
Tempo: 30 minutos

Bibliografia:

  • Uma Razão Para Viver – Richard Simonetti


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A Prece

João Batista Armani
Ao iniciarmos uma doutrinária fazemos uma prece, ao encerrarmos fazemos uma prece, para os trabalhos de passe fazemos uma prece, ao deitarmos fazemos uma prece, ao levantarmos fazemos uma prece, fazemos uma prece nos momentos alegres; e oramos também nos momentos de aflição.
Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento, Por isso mesmo, pouco a valorizamos, e por vezes até a esquecemos.
Já o dissemos em outras ocasiões, que o Espiritismo é uma Doutrina de Tríplice aspecto, Ciência – Filosofia – Religião, mas é comum vermos trabalhos, palestras, cursos e etc, enfocarem quase que essencialmente as partes filosóficas e religiosas, deixando um pouco de lado o seu aspecto científico. É até um procedimento normal, uma vez que o Espiritismo é uma Doutrina relativamente jovem com aproximadamente 150 anos, e a análise de seus aspectos científicos requer conhecimentos básicos, sem os quais não entenderíamos as suas explicações, precisaríamos então ter noções de física, ciências, biologia, fluidos, magnetismo, eletromagnetismo, eletricidade, telecomunicações, etc. Mas nesse trabalho, passaremos uma pequena noção do seu aspecto científico.

Mas afinal, o que é a prece ?

  • Poderíamos dizer que a prece é uma projeção do pensamento, a partir do qual irá se estabelecer uma corrente fluídica cuja intensidade dependerá do teor vibratório de quem ora, e nisto reside o seu poder e o seu alcance, pois nesta relação fluídica o homem atrai para si a ajuda dos Espíritos Superiores a lhe inspirar bons pensamentos. Por que pensamentos? Porque são a origem da quase totalidade de nossas ações.(Primeiro pensamos depois agimos).
  • Poderíamos dizer também que a prece é uma invocação e que por meio dela pomos o pensamento em contato com o ente a quem nos dirigimos.
  • A prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora.

Pode-se orar para si ou para outrem.

O Espiritismo faz compreender a ação da prece explicando o processo da transmissão do pensamento: quer o ser por quem se ora venha ao nosso chamado, quer o nosso pensamento chegue até ele.
Para compreender o que se passa nessa circunstância, convêm considerar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no mesmo fluido universal que ocupa o espaço, como neste planeta estamos nós na atmosfera. O ar é o veículo do som com a diferença que as vibrações do ar são circunscritas ao planeta Terra, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito.
Então, logo que o pensamento é dirigido para um ser qualquer na Terra ou no espaço, de encarnado a desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um para o outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade. É por esse meio que a prece é ouvida pelos espíritos onde quer que estejam; que eles se comunicam entre si; que nos transmitem as suas inspirações; que as relações se estabelecem a distância, etc.
Esta é sua visão científica.
Pela prece podemos fazer três coisas louvar, pedir e agradecer (LE, 659).
Mas o que isso significa exatamente?
  • Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-O como Ser Supremo, causa primária de tudo o que existe, bendizendo-Lhe o nome.
  • Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discernimento e coragem para lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor que rege e sustenta a Harmonia Universal.
  • Agradecer é reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a família, os amigos, a dádiva da vida.
As preces devem ser feitas diretamente ao Criador, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade. Quando se ora a outros seres além de Deus, é simplesmente como a intermediários ou intercessores, pois nada se pode obter sem a vontade de Deus.
A prece torna o homem melhor porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LE 660).
O essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras.
Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem, atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se deseja fazer.
Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas (..)estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação.
Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial.
Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supomos, podendo a resposta a uma prece vir por meios indiretos ou por meios de idéias com as quais saímos das dificuldades.
A prece em favor dos desencarnados não muda os desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes que compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o desencarnado é tal, que pode levá-lo à conscientização das faltas cometidas e ao desejo de fazer o bem:
É nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espírito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664).

Qual a importância da prece?

Lembremo-nos de um exemplo prático. Se não limparmos periodicamente o nosso quintal, a sujeira se acumula, o mato cresce, e há a proliferação de bichos. No campo espiritual, se não limparmos o nosso psiquismo, os espíritos luminosos se afastam(mesmo que temporariamente), as trevas tomam conta favorecendo a ação de espíritos endurecidos.

Deus atende àqueles que oram com fé e fervor?

Deus envia-lhes sempre bons Espíritos para os auxiliarem. Não existem fórmulas especiais de orações. A bondade de Deus não está voltada para as fórmulas e o número de palavras, mas sim para as intenções de quem ora.

O que dizer das orações repetidas inúmeras vezes?

As intermináveis ladainhas e “PAI NOSSOS”, repetidos algumas vezes, as rezas pronunciadas com os lábios apenas, que o coração não sente e a inteligência não compreende, não têm valor perante Deus. Jesus disse: “Não vos assemelheis aos hipócritas que pensam que pelo muito falar serão ouvidos” (Mateus C6:V7). O essencial é orar bem e não muito.

Por que existe então, mesmo no espiritismo, orações ditadas por espíritos e publicadas em livros?

Para ensinar aos homens a raciocinar quando se dirigem a Deus e fazê-lo não só por meio de palavras, como também pelo sentimento e com inteligência. Estas orações não constituem rituais, uma vez que, no espiritismo não existem rituais de nenhuma espécie, nem formalismo.

Por quem devemos orar?

Primeiramente por nós mesmos, por nossos parentes, pelos nossos amigos e inimigos, deste e do outro mundo; devemos orar pelos que sofrem e por aqueles por quem ninguém ora.

O que pedir?

Em Mateus C26:V39, há a passagem amarga do Cristo, que antecedia as suas dores supremas no calvário , onde Ele nos diz: “ Pai, se quiserdes, afasta de mim este cálice, mas acima de tudo faça-se a Tua vontade e não a minha”. Demonstrava-nos o Mestre que as Leis Naturais são sábias e justas e que são aplicadas indistintamente. Assim, não peçamos “milagres ou prodígios”, mas tão somente forças para suportar aquilo que não está ao nosso alcance mudar, paciência, resignação, fé e coragem.

Formas da Prece

A prece deve ser curta e feita em segredo, no recôndito da consciência e em profunda meditação. Preces prolongadas ou repetidas, tornam-se cansativas, sonolentas e, muitas vezes, delas não participam o pensamento e o coração.
Assim, a condição da prece está no pensamento reto, podendo-se orar em qualquer lugar, a qualquer hora, a sós ou em conjunto, em pé, deitado, de luz acesa ou apagada, de olhos abertos ou fechado; desde que haja o recolhimento íntimo necessário para se estabelecer a sintonia harmoniosa. Por isto a importância do sentimento amoroso, humilde, piedoso, livre de qualquer ressentimento ou mágoa, dessa maneira o homem irá absorver a força moral necessária para vencer as dificuldades com seus próprios méritos.

Eficácia da Prece

Existem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador. No entanto, o ensinamento de Jesus vem esclarecer que a justiça divina não é inflexível a ponto de não atender os que lhe fazem súplicas. Ocorre que existem determinadas leis naturais e imutáveis que não se alteram segundo os caprichos de cada um. Porém, isso não deve levar à crença de que tudo esteja submetido à fatalidade. O homem desfruta do livre-arbítrio para compor a trajetória de sua encarnação, pois Deus não lhe concedeu a inteligência e o entendimento para que não os utilizasse.
Existem acontecimentos na vida atual aos quais o homem não pode furtar-se; são conseqüências de falhas e deslizes de passado que necessitam de reajustes; é a aplicação da Lei de Causa e Efeito e isto explica porque alguns alegam que pedem benefícios a Deus, mas que nunca são concedidos; o que parece, a princípio, contrariar o ensinamento de Jesus citado em Marcos C11:V24 “O que quer que seja que pedirdes na prece, crede que obtereis, e vos será concedido”.
Muitas coisas que na vida presente parecem úteis e essenciais para a felicidade do homem, poderão ser-lhe prejudiciais e esta é a razão por que elas não lhe são concedidas. Contudo, o egoísmo e o imediatismo não permitem que ele perceba com exatidão a eficácia da prece.
Porém, seus efeitos ocorrem segundo os desígnios divinos: A curto prazo na medida em que consola, alivia os sofrimentos, reanima e encoraja; a médio e longo prazo porque pelo pensamento edificante dá-se a aproximação das forças do bem a restaurar as energias de quem ora.
Àquele que pede, Deus está sempre pronto a conceder-lhe a coragem, a paciência, a resignação para enfrentar as dificuldades e os dissabores inerentes à natureza humana, com idéias que lhes são sugeridas pelos Espíritos benfeitores, deixando-nos contudo o mérito da ação, e isto porque não se deve ficar ocioso à espera de um milagre, pois a Providencia Divina sempre ampara os que se ajudam a si mesmos, como asseverou o Mestre: “Ajuda-te e o céu te ajudará”(ESE, Cap. 27, item 7).
Portanto, de tudo o que foi dito anteriormente, podemos concluir que a eficácia da prece está na dependência da renovação íntima do homem, em que deve prevalecer a linguagem do amor, do perdão e da humildade para que ele possa assim, de coração liberto de sentimentos negativos, agradecer a Deus a dádiva da vida.
“Vigiai e Orai” nos recomendou o Mestre (Mateus C26:V41).

Bibliografia:

  • Curso Básico do Espiritismo 1º Ano – FEESP.
  • Curso Básico do Espiritismo 2º Ano – FEESP.
  • O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec.
São José, 27/04/2002
Duração: 30 minutos.


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