E a Vida Continua

terça-feira, 31 de julho de 2012

Artigo - Desencarnação e Descanso


Descansou ?...
   A frase mais comum nos velórios... "Fulano descansou, finalmente!". Um lugar comum, talvez, mas também uma expressão de alívio, quando a referência é para os que agonizaram com enfermidades, antes de "morrer" . Tais comentários baseiam-se na crença de que a morte do corpo resulta no término do sofrimento com as doenças, como também determina paz para o Espírito, premiado por Deus num descanso eterno, até mesmo para compensar as vicissitudes dos últimos momentos. Recentemente, quando estivemos em um velório, ponderamos com um parente: " Na nossa maneira de entender, não há descanso propriamente dito". A reação foi de surpresa: " Quer dizer que ele não terá descanso, depois de tudo que sofreu?". À partir daí, a conversa se desenrolou em breves explicações fundamentadas no Espiritismo, que julgamos oportunas  para esclarecer e consolar. A doutrina  nos ensina  que o homem, ao desencarnar, alcançará o céu  de sua própria conquista; terá a paz que a sua consciência lhe permitir, continuará ou não  sentindo dores, fome e outras sensações físicas (agora a nível do perispírito) segundo sua sintonia mental e o grau de espiritualização que alcançou; obterá amparo para a readaptação à nova dimensão da vida de acordo com seus méritos pessoais, avaliados pelo respeito às Leis Divinas. Descansará sim, inerte, no campo que conquistou. Os que, ao invés, tiverem sido trabalhadores, lutadores, responsáveis, preferirão arregaçar suas "mangas espirituais" e trabalhar, pois á um campo enorme para isso! Conclamou-nos o Mestre: "Venham trabalhar na minha vinha!" [...]  
                                                               Continua...

Marcelo Orsini
Jornal Evangelho e Ação - Julho/97

sábado, 28 de julho de 2012

Artigo - Mediunidade

COMO SABER SE SOU MÉDIUM 




Médium é uma palavra neutra e serve para os dois gêneros. É de origem latina e significa medianeiro, o que está no meio. O médium serve de intermediário entre o mundo físico e o espiritual.

         Deste modo podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que todos nós somos médiuns, pois durante nossas vidas teremos alguns sintomas e que sabemos que não são de ordem física. Afinal quem é que nunca viu um vulto diferente, um assovio diferente, algumas pancadas, arrastamento de chinelos, vozes, pesadelos, sonhos, premonições, etc, etc. Só não podemos afirmar que somos médiuns ostensivos, aquele que tem contato com os espíritos. Que sinais são apresentados e que podemos saber que a pessoa é um médium ostensivo?

         Nenhum sinal físico existe que possa dizer que esta ou aquela pessoa é um médium ostensivo. Ninguém veio marcado para isto. É um dom natural que vem com a pessoa, pela escolha que esta pessoa fez na espiritualidade.

         Alguns sintomas indicam que a pessoa pode ter mediunidade. Os mais comuns são: suor excessivo nas mãos e axilas, maçãs do rosto muito vermelhas e quentes, as orelhas ardem, depressão psíquica e instabilidade emocional, melancolia, distúrbios de sono, ou em excesso, ou insônia; perda do equilíbrio do corpo, sensação de desmaio iminente, súbita aceleração dos batimentos cardíacos(taquicardia), fobia e medo de quase tudo, sensação de insegurança. Mas tudo isso vai se estabilizando e desaparecendo conforme o médium canaliza de forma mais adequada suas faculdades psíquicas com muito estudo, trabalho e disciplina.

         Outros sinais podem surgir como: sensação de presenças invisíveis; sono profundo demais, desmaios e síncopes inexplicáveis; sensações ou idéias estranhas, mudanças repentinas de humor, crises de choro; Ballonement (sensação de inchar, dilatar) nas mãos, pés ou em todo o corpo, como resultado do desdobramento perispiritual; adormecimento ou formigamento nos braços e pernas; arrepios como os de frio, tremores, calor, palpitações.

         Uma das tarefas mais complexas para o médium novato é conseguir discernir as influências que atuam em sua psiquê. Não se questiona mais o fato de que o ser humano sofre interferências de todos os elementos que compõem o universo, e isso inclui as formas pensamento de outros seres. De uma maneira ou de outra, todos os seres humanos são, em maior ou menor grau de intensidade, médiuns por natureza. Às vezes, a pessoa escreve uma mensagem e não sabe se veio dela mesmo, de seu mentor ou de outro espírito. Não tem certeza se foi inspiração ou psicografia. Às vezes pode até alterar o texto que está recebendo de um espírito.

        Algumas vezes, ao eclodir a mediunidade, a pessoa costuma dar sinais de sofrimento, perturbação e desequilíbrio. Se a pessoa    se     perturba ante as manifestações mediúnicas é por sua falta de equilíbrio emocional e por sua ignorância do que seja a mediunidade, ou porque está sob a ação de espíritos ignorantes, sofredores ou maus. A pessoa que possui tais problemas precisa ser ajudada até se equilibrar psiquicamente através de passes, vibrações, esclarecimentos doutrinários. Também deve fazer uma consulta médica. Só depois, bem mais tarde, ir para uma mesa mediúnica.

         Para o desenvolvimento mediúnico, somente deve ser encaminhado quem esteja equilibrado e doutrinariamente esclarecido e conscientizado.

         A mediunidade ostensiva pode ser percebida quando:
a)houver comprovada vidência ou audição no plano espiritual;
b)se dá o transe psicofônico (falante ) ou psicográfico (escrevente);
c)há produção de efeitos físicos – sonoros, luminosos, deslocação de objetos, desdobramentos, etc.

         Mas na verdade, nenhum destes fenômenos, podem dizer claramente que a pessoa pode ser um médium ostensivo. Como descobrir então? Somente com o estudo e a prática da mediunidade. Por este motivo temos os desenvolvimentos mediúnicos em quase todos os centros espíritas. Como se caracteriza esse desenvolvimento? Pelo estudo das obras de Kardec e outras similares e da prática. A pessoa deve ir praticando as diversas modalidades de mediunidade: Psicofonia, psicografia, vidência, transporte, desdobramentos, sempre acompanhado de pessoas experientes nestas áreas. A pessoa pode desenvolver uma destas modalidades com facilidade, algumas, apenas pequenos vestígios de uma ou de outra e outras pessoas nada conseguem. Seu trabalho ficará perdido? Claro que não. Ele não imagina a ajuda que deu aos espíritos inferiores que vieram receber as energias de que precisam para se melhorar.

Ser médium é fazer a maior das caridades: a pessoa está doando seu próprio corpo em auxilio de muitos necessitados.
http://www.blogespirita.com

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Artigo

Buááá! A Ciência Por Trás do Choro

                                                                 Estevão Bittar - Uberlândia/MG
De repente seu queixo começa a tremer, os cantos da sua boca vão se arqueando para baixo, seus olhos começam a se fechar e as lágrimas (escandalosamente) começam a jorrar. Não precisa se envergonhar. Todos nós – homens (!) e mulheres – já passamos por isso. As mulheres mais do que os homens, naturalmente. Segundo estudo da Universidade de Minnesota, as moças choram 5 vezes ao mês. Os rapazes, apenas uma. E às escondidas, claro.
Por ser tão comum, psicólogos, biólogos, neurocientistas e outros pensadores aleatórios têm buscado, há séculos, compreender esse curioso fenômeno. Através de pesquisas recentes, eles parecem estar descobrindo algumas coisas interessantes.
A primeira delas é que, ao contrário do que você pensava, só os seres humanos são capazes de chorar. Cães, gatos, hamsters, furões e outros itens de pet shop apenas uivam, gemem e grunhem (essa palavra existe, eu chequei). Até mesmo os chimpanzés, nossos aclamados primos, nunca derramaram uma única lágrima.
A segunda coisa que os cientistas descobriram (e que as mães deles já sabiam há muito tempo) é que, até os 6 meses de idade, o choro humano não vem com lágrimas incluídas. É que a circuitaria neural necessária ainda não está pronta. Mesmo assim, o pranto é a principal forma de comunicação dos bebês. Só começa a reduzir em freqüência quando chegam a mais ou menos um ano de idade, quando as palavras começam a parecer uma alternativa viável.
Os mistérios por trás da careta de choro também estão sendo revelados. Os principais músculos responsáveis por ela são o músculo mentual (que faz tremer o nosso queixo) e o músculo abaixador do ângulo da boca (que faz exatamente o que seu nome diz).
Em sua ânsia por respostas, os cientistas fizeram suas cobaias humanas chorarem, apenas para coletar lágrimas que pudessem ser dissecadas em seus laboratórios. E chegaram a dados supreendentes. Quando comparadas às lágrimas reflexas (eliciadas por um cisco que cai no olho), as lágrimas emocionais são:
  • 20 a 25% mais ricas em proteínas;
  • Quatro vezes mais ricas em potássio;
  • Trinta vezes mais ricas em manganês;
  • Carregadas com os hormônios ACTH e prolactina;
  • Cheias de encefalina.
Essas coisas fazem sentido. O manganês costuma ocorrer em altas concentrações no cérebro de pessoas em depressão crônica. O ACTH é um hormônio associado ao estresse. A encefalina é um analgésico natural, semelhante à morfina. E a prolactina (um hormônio feminino) pode explicar porque as mulheres choram mais do que os homens, principalmente após a puberdade.
Tanta tabela periódica em uma única gotinha de lágrima levou o bioquímico William H. Frey a dizer que o choro realiza uma espécie de faxina emocional, jogando para fora do corpo um coquetel de substâncias que nos tornam mais tristes e estressados. É a ciência confirmando o que a vovó já dizia: pode chorar, meu filho... Chorar faz bem!
Mas para que serve tudo isso?
Mas, afinal, qual é a função de todo esse espetáculo? A Natureza, como se sabe, não dá ponto sem nó. Assim, o choro deve existir por alguma razão. A faxina emocional sobre a qual Frey especulou pode até ser parte da história, mas será que esse é o objetivo principal de tanto pranto?
Psicólogos evolutivos e biólogos acreditam que não. Ao que parece, o choro se tornou tão difundido em nossa espécie por se tratar de uma maneira muito eficaz de comunicar dor e estresse. E a eficácia desse sinal se deve a um fato básico sobre o choro: ele é muito difícil de falsificar. Em um ambiente social tão complexo como o nosso, estamos sob constante risco de manipulação. Passamos, então, a exigir algum tipo de chancela fisiológica.
O psicólogo Randolph Cornelius demonstrou essa teoria experimentalmente. Ele reuniu várias fotos de pessoas que estavam verdadeiramente chorando. Depois, retirou as lágrimas de algumas dessas imagens no Photoshop. Ao submeter seus slides à avaliação de um grupo de pessoas, percebeu que as fotos modificadas geravam confusão e desconfiança. Sem o choro, duvidamos da dor do outro. As lágrimas são a marca d’água do sofrimento.
-Estevão Bittar  - Psicólogo, escritor e palestrante. Produz e apresenta o programa de TV Pensando Bem, e é autor do livro "Não Sou Feliz... E Agora?", pela Editora Imagine. Vereador em Uberlândia/MG.

sábado, 7 de julho de 2012

Espitirinhas - Quem Está Doente?



Artigo - Bullying



Bullying escolar - uma visão espírita
Por Edgard Diaz de Abreu

Todas as crianças e adolescentes têm direito a escolas onde existam alegria, amizade, solidariedade e respeito às características individuais de cada um deles. Aramis Antonio Lopes Neto

Neste artigo vamos abordar uma das formas de assedio moral, o bullying escolar, prática cada vez mais freqüente nas escolas, e que vem causando grandes transtornos nas vidas das vítimas desse processo.

A prática de bullying começou a ser pesquisada há cerca de 10 anos na Europa, quando descobriram que essa forma de violência estava por trás de muitas tentativas de suicídios de adolescentes.

Não temos a pretensão de esgotar o tema, mas apenas e sobretudo lançar um pouco de luz num assunto tão importante, e alertar para esta pratica tão desumana da nossa sociedade. Não resta dúvida que o mundo atual encontra-se enfermo, e a ética está abandonada por grande parte da população, resultando em comportamentos cuja tônica é o egoísmo.

Trata-se de forma de exclusão escolar e por extensão social, perversa e cruel, já que, normalmente, colegas de escola freqüentam muitas vezes os mesmos lugares, tais como cursinhos de inglês, academias de ginástica, shopping centers, e festinhas; estando em contato certamente grande parte do dia, inclusive fora das escolas.
Psicólogos têm me asseverado que o bullying tem ocorrido em vários escolas da rede particular do Rio de janeiro, estando inclusive mais presentes nas grandes escolas, pois em escolas pequenas, fica mais difícil de realizar a prática sem chamar a atenção dos professores e da direção da escola.

Lembrando a pergunta 754 de “O Livro dos Espíritos” A crueldade não derivará da carência de senso moral?
“Dize – da falta de desenvolvimento do senso moral; não digas da carência, porquanto o senso moral existe, como princípio, em todos os homens. É esse senso moral que dos seres cruéis fará mais tarde seres bons e humanos. Ele, pois, existe no selvagem, mas como o princípio do perfume no gérmen da flor que ainda não desabrochou.”

O que viria a ser o bullying escolar? Seria quando um grupo de colegas de uma mesma escola, freqüentemente da mesma turma, promove uma segregação, de forma repetitiva, tentando isolar um dos membros da turma, seja este membro rapaz ou moça, de forma que este fique isolado e sem ambiente na turma, o que gera muitas vezes na vítima, depressão, apatia, falta de motivação, baixa do rendimento escolar, falta de apetite e tendência ao isolamento (passa a não ter prazer em sair de casa ou a se relacionar com as pessoas) e vontade de trocar de escola.

A motivação para essa conduta tem muitas causas, mas poderíamos relacionar algumas que nos parecem as mais freqüentes: busca de poder no grupo (necessidade de dominar), egoísmo, vaidade, sedução, insegurança, necessidade de chamar a atenção para si, segregação racial, segregação de classe social (aluno bolsista) etc.

A forma de execução do bullying acontece de muitas maneiras, sendo freqüente entre os rapazes o uso da força física ou psicológica e da intimidação, e entre as moças a mentira, a fofoca, a maledicência, e a difamação; todas de forma orquestrada, ou seja, de comum acordo e planejadas pelo grupo agressor, para desacreditar a vítima, de forma progressiva, numa atitude de franca antipatia, muitas vezes ignorando a vítima nos ambientes que ela freqüenta, como se ela não existisse, levando essa vítima a um stress com os sintomas relacionados acima, demonstrando a que nível de perversão alguns adolescentes estão chegando.

O levantamento realizado pela ABRAPIA, em 2002, envolvendo 5875 estudantes de 5ª a 8ª séries, das escolas públicas e privadas localizadas no município do Rio de Janeiro, revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7% autores de bullying.

Estudos demonstraram que a média de idade de maior incidência entre os agressores, situa-se na casa dos 13 a 14 anos, estando presente entretanto com freqüência até os 19 anos. A grande maioria, ou seja, 69,3% dos jovens admitiram não saber as razões que levam à ocorrência de bullying.

Muitas vezes os colegas percebem a situação, mas por medo se omitem, pois temem ser a próxima vítima.
Não resta dúvida que este tipo de conduta retrata um grande apego às coisas materiais e, por extensão, afastamento da religião de uma forma geral, ou seja, estes alunos, na sua grande maioria, não possuem crença religiosa, estando movidos na luta pelas aquisições materiais principalmente, já que desconhecem a vida espiritual. Podemos notar neste processo o que já relatamos em artigo anterior, “Desafios na educação do Adolescente” (RIE Agosto 2006), que trata da falta de limites de uma grande parte dos adolescentes atualmente. São pessoas que não têm pudor, e fazem de tudo para conquistar seus objetivos, passando por cima de tudo e de todos, achando que os fins justificam os meios.

Na pergunta 755 de “O Livro dos Espíritos” Kardec interroga os espíritos : “Como pode dar-se que no seio da mais adiantada civilização, se encontrem seres às vezes tão cruéis quanto os selvagens ?

Do mesmo modo que numa àrvore carregada de bons frutos se encontram frutos estragados.São, se quiseres, selvagens que da civilização só tem a aparência, lobos extraviados em meio de cordeiros. Espíritos de ordem inferior e muito atrasados podem encarnar entre homens adiantados, na expectativa de também se adiantarem; contudo, se a prova for muito pesada, vai predominar a natureza primitiva.”

Todos sabemos que a criança para o seu pleno desenvolvimento necessita sentir-se amada, valorizada, aceita, incentivada à auto-expressão e ao diálogo, incentivada à pratica religiosa, principalmente na adolescência, porém a noção de limites precisa e deve ser estabelecida com firmeza e sobretudo com coerência. Mas observa-se, na sociedade atual, crianças as quais são criadas dentro de padrões de liberalidade excessiva, sem limites, sem noções de responsabilidade, sem disciplina, sem religião e muitas vezes sem amor; estas serão aquelas com maior tendência aos comportamentos agressivos, tais como o bullying, pois foram mal acostumadas e por isso esperam que todos façam as suas vontades e atendam sempre às suas ordens.

É importante observar, que num mundo com tantas mazelas como o nosso, pode ser possível que, algumas vezes, os pais desses algozes, percebam o bullying praticado pelos filhos, mas façam vista grossa, por perceberem que a prática do filho pode estar rendendo-lhe algum tipo de vantagem, o que torna o ato mais desumano ainda, pois estaria presente a conivência paterna. Tal ato poderia ser facilmente explicado pela falta de ética e educação dos referidos pais, fato tão comum nos dias atuais.

Devemos ressaltar que o apoio da família, neste momento, é fundamental, entretanto é necessário ter prudência, pois num primeiro momento o sentimento que predomina é o da retaliação, ou mesmo da vingança. Mas a Doutrina Espírita nos ensina que violência gera violência, ou que o ódio gera mais ódio ainda, lembrando a frase do Apóstolo Paulo de Tarso: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.

Devemos procurar os professores da turma em questão e colocar o ocorrido, de forma serena, mas com firmeza, numa tentativa de amenizar a situação, o que nem sempre é fácil, se não houver a participação de pais, professores e funcionários, em virtude dos traumas e das humilhações já vivenciadas, algumas vezes uma troca de turma numa mesma escola já pode ajudar. Podemos ainda incentivar o convívio com outros colegas, com os quais essas crianças não tinham convívio ainda, às vezes até por falta de oportunidade. Devemos ainda, caso a criança encontre-se deprimida, lançar mão da ajuda de um profissional, como um psicólogo, para ajudar na recuperação desta criança, facilitando assim sua reintegração na escola. Devemos ressaltar que trocar de escola pode não ser uma boa idéia, pois assim estaríamos dando o entendimento a criança, que toda vez que houver um problema em sua vida, é só mudar de lugar que tudo estará resolvido, ou seja, fugir do problema em vez de procurar resolvê-lo.

Gostaríamos de lembrar como aprendemos na Doutrina Espírita, que nada acontece por acaso, e sendo assim tudo na vida encerra um ensinamento e, portanto, concorre para o nosso crescimento; dentro desta visão, as crianças que sofrem esta prática de assédio moral, podem estar passando por um processo de aprendizado, que as impeça de se comportarem desta forma com os outros no futuro, e ao mesmo tempo, podem estar sendo incentivadas à humildade (do latim HUMUS = terra fértil para a colheita) e a solidariedade, práticas das quais poderiam estar se afastando lentamente, em razão do mundo atual mostrar-se muito egoísta, cruel e algumas vezes prepotente, onde a imoralidade e a falta de ética, são coisas corriqueiras, assunto por nós já mais detalhado no artigo “A ética e o mundo atual” (RIE Agosto 2007).

Lidar com as adversidades da vida requer vontade, fé, serenidade e coragem (cor = coração), lembrando ainda que: “ A vontade é a mola do mundo, mas o amor é a manivela”, e relembrando Joanna de Ângelis “ Só o amor transforma conhecimento em sabedoria”.

E, para encerrar, como espíritas devemos estar sempre atentos para os atos de nossos filhos, para que não façam aos outros, o que não gostariam que lhes fizessem. Podemos nos basear no exemplo de Eurípedes Barsanulfo que, em sua escola Espírita em Sacramento, a primeira do Brasil, no início do século XX, dizia que não se satisfazia em criar cidadãos para a sociedade, mas que procurava criar filhos de Deus. A explicação é simples: filhos de Deus respeitam tudo que é criação de Deus, são, portanto, éticos e ecologicamente corretos, pois são incapazes de destruir o que Deus criou, respeitando assim a natureza e os seus semelhantes.

quarta-feira, 4 de julho de 2012