E a Vida Continua

domingo, 4 de setembro de 2011

Rogativa do Outro


Rogativa do Outro

    Sei que te feri sem querer, em meu gesto impensado.
  Pretendias apoio e falhei, quando mais necessitavas de arrimo. Aguardavas alegria e consolo, através de meus lábios, e esmaguei-te a esperança.
    Entretanto, volto a ver-te e rogo humildemente para que me perdoe.
  Ouviste a palavra correta e julgaste-me em plena luz, sem perceberes o espinheiro de sombra encravado em minh'alma. Reparaste-me o traje festivo, mas não viste as chagas de desencanto e fraqueza que ainda trago no coração.
    Às vezes, encorajo muitos daqueles que me procuram, fatigados pelo pranto, não por mérito que não tenho, e sim esparzindo os tesouros de amor dos Espíritos generosos que me sustentam, contudo, justamente na hora em que me buscaste, chorava sem lágrimas, nas últimas raias da solidão. Talvez por isso não encontrei comigo senão frieza para ofertar-te.
    Revela-me o desespero quando me pedias brandura e desculpa-me o haver-te dado reprovação, quando esperas entendimento.
    Deixa-me, porém, que eu te abrace de novo, e, então, terás em meus olhos estas breves palavras que me pararam na boca: perdoa-me a falta e tem dó de mim.
Meimei - Chico Xavier - Livro: Meditações Diárias - p.13
    


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