E a Vida Continua

sábado, 10 de março de 2012

Artigo

O Facebook e a vida social

 •  Postado por Cássio Leonardo Carrara

Grande fenômeno atual de interação entre pessoas através da internet, o Facebook, criado por estudantes da Universidade Harvard, localizada em Cambridge, estado de Massachusetts, EUA, representa o ápice do sucesso econômico, social e de comunicação das redes sociais, meios virtuais que permitem a interação de usuários de todo o mundo, criando uma grande rede.
A ideia das redes sociais foi inspirada em uma famosa experiência da década de 1960 que estimava a distância de um indivíduo para qualquer outra pessoa do planeta em 6 graus, ou seja, seria necessário criar uma rede de pelo menos 6 pessoas, em que a primeira conheceria a segunda, a segunda conheceria a terceira, etc., para que duas pessoas, independente do lugar que morassem, pudessem interagir. Com base nessa lógica, uma das primeiras redes sociais criadas foi a SixDegrees.com, que funcionou de 1997 a 2001, e permitia a seus usuários criar listas de amigos em que compartilhavam informações especificando o grau de distância (1, 2 ou 3) que gostariam de atingir.
Uma década depois, o cenário atual lista uma diversidade enorme de redes sociais, divididas inclusive por tipo. Existem as de relacionamento (Orkut e Google +), perfis profissionais (Linkedln), compartilhamento de ideias e conteúdos (Twitter) e até as que permitem anonimato (MySpace). O fato é que nenhuma delas atingiu a magnitude do Facebook, como relata a reportagem da Veja de 8 de fevereiro de 2012, intitulada “O Facebook engole o mundo”. De acordo com a reportagem, “antes que você acabe de ler esta frase, cerca de quarenta pessoas terão se rendido aos apelos do Facebook e aderido à rede social (...). A cada minuto, o Facebook recebe 451 novos adeptos. Hoje já são 845 milhões de usuários, em todos os continentes (na China, o governo bloqueou o site). Em agosto, será 1 bilhão de assinantes”. 
Para se ter uma ideia ainda maior de sua abrangência, no Brasil 75% dos usuários conectados à internet entram no Facebook, faixa similar a dos países europeus; nos Estados Unidos, Canadá e México, esse número varia de 80 a 89% e em países como Argentina e Chile, atinge mais de 90% dos internautas. O Facebook até mesmo diminuiu os 6 graus da experiência de 1960 para uma média de 4,7 pessoas. Se tiver suas ações negociadas em bolsa, estima-se que valerá cerca de 100 bilhões de dólares. Números impressionantes!
Mas o uso do Facebook não traz apenas benefícios e vantagens. Se por um lado pode nos aproximar de pessoas distantes, ou promover reencontros, tem um grande poder de afastar relacionamentos próximos. Muitas pessoas podem conversar diariamente pelo site sem se ver há meses, anos. E às vezes estão separados por algumas ruas apenas. Muitos gostam de acumular amigos, aceitando pedidos de “amizade” sem conhecer o requisitante, correndo inclusive o risco de serem vítimas de pessoas mal intencionadas, com posteriores encontros pessoais que terminam em tragédia.
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona na pergunta 766 se a vida social é um princípio natural, ao que obteve a seguinte resposta:
– Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.
Fica clara na resposta a necessidade se relacionar com profundidade, com proveito. O Facebook pode trazer isto também? É claro que sim, desde que sejamos prudentes ao utilizá-lo com boas intenções, reaproximando-nos de pessoas queridas que estão distantes, cultivando novas amizades sinceras e, principalmente, não fazendo do computador o substituto de uma companhia real, de carne e osso. Ou teclar freneticamente é melhor que uma boa sessão de conversas e interação com amigos, familiares ou conhecidos? Creio que não!
No comentário da pergunta 768, em O Livro dos Espíritos, Kardec afirma: “Pela união social, eles [os homens] se completam uns pelos outros para assegurar seu bem-estar e progredir. Por isso, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados”.
O Facebook e todas as redes sociais estão criando um novo conceito de comunicação entre os povos. Basta aprendermos a utilizá-lo com proveito para nossa vida. 

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