E a Vida Continua

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Paradoxo do Mal Perpétuo

      Zenão de Eléia (490-430 a.C.), era discípulo de Parmênides (aprox. 515-440 a.C.), cujas idéias sobre o movimento defendia em inteligentes paradoxos, conceitos que contrariam o senso comum.
O mais famoso estabelece confronto entre Aquiles e uma tartaruga, em inusitada corrida.
Se o herói lhe desse vantagem inicial de alguns metros, jamais a alcançaria.
Quando chegasse ao local de onde a tartaruga partira, ela estaria num ponto adiante; ao atingi-lo sua oponente teria caminhado mais... assim sucessivamente, ele sempre atrás.
Obviamente o engenhoso paradoxo de Zenão é atropelado pela realidade.
Em breves instantes, o herói grego a ultrapassaria.

Na prática, a teoria pode ser bem diferente.

*****************
Algo semelhante ocorre com a contestação à Lei de Causa e Efeito, enunciada pela Doutrina Espírita, segundo a qual estamos sujeitos a um mecanismo de ação e reação, que faz repercutir em nós o que fazemos aos outros [...].
Jesus também a enunciou, ao proclamar que a cada um segundo suas obras.
No entanto, há quem pretenda negar a Lei de Causa e Efeito enunciando um paradoxo:
Se mato alguém, alguém irá me matar para que eu receba de volta o mal praticado e resgate o meu débito.
Meu algoz, por sua vez, deverá perecer nas mãos de um agressor; este será justiçado por outro, que defuntará nas mãos doutro...
Assim, indefinidamente.
Seria a perpetuação do mal.
*************************
Esse paradoxo é desmontado pela Doutrina espírita a partir de singela revelação:

Deus não necessita do concurso humano para promover justiça.

A prática do mal desequilibra nossa alma, gerando desajustes físicos e psíquicos que nos oprimem, impondo-nos dolorosas retificações.
Naturalmente, a extensão de nossos comprometimentos e a intensidade dos depurativos cármicos dependerão de múltiplos fatores, que escapam à apreciação humana.
Dizem respeito à idade espiritual, o grau de inteligência e discernimento, as contingências e necessidades...
Não obstante, aprendemos a distinguir o certo do errado, o bem do mal, à medida que recebemos de retorno as consequências de nossas ações.
Com objetivos educativos, a Lei de Causa e Efeito nos mostra o que devemos e o que não podemos fazer.
Não importa se desconhecemos a origem de nossos males, gerados a partir de ações pretéritas, em reencarnações anteriores, ou se não temos consciência desse mecanismo.
A lei funciona, em princípio, tendo por base os reflexos condicionados [...].
A jovem, hoje recatada e prudente, deve sua vocação para a virtude às impressões de que está impregnada sua memória espiritual, quanto às funestas consequências de um passado de promiscuidade e vícios nos domínios do sexo, em existências anteriores.[...]

É assim, de existência em existência, de experiência em experiência, aprendemos a respeitar o semelhante e a cumprir os nossos deveres, deixando de brincar com o destino, como quem brinca com fogo, intuindo que poderemos nos queimar.

Destaque-se algo de suma importância:

O conhecimento desse mecanismo acelera nossa evolução. [...]

(Do Livro: Luzes no Caminho- Richard Simonetti - 1ª ed. p.17-20)


Nenhum comentário:

Postar um comentário